O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta sexta-feira (27) que pretende retomar os bombardeios contra o Irã caso haja qualquer indício de que o país continue enriquecendo urânio. A declaração foi feita em coletiva na Casa Branca, em que Trump classificou como “tremenda vitória” a ofensiva militar norte-americana durante o recente conflito com o Irã, que durou 12 dias e incluiu ataques a instalações nucleares iranianas.
“Sem dúvida nenhuma, com certeza”, respondeu Trump ao ser questionado sobre a possibilidade de novos ataques. O republicano garantiu que, após a ofensiva, “a guerra acabou” e que o Irã “não terá mais programa nuclear”. Segundo ele, o bombardeio encerrou décadas de ameaças sobre o potencial nuclear iraniano.
Durante a coletiva, Trump também atacou o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, acusando-o de mentir ao povo iraniano ao declarar vitória no conflito. “Você foi derrotado. Israel também sofreu, mas vocês levaram o golpe mais duro”, disse. O presidente ainda afirmou que “salvou Khamenei de uma morte feia e humilhante”, sem detalhar a declaração.
Trump acrescentou que o Irã estaria disposto a negociar, embora autoridades iranianas tenham negado essa possibilidade. O país, por sua vez, insiste que seu programa nuclear tem fins pacíficos e que o enriquecimento de urânio é um direito legítimo. Contudo, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) já detectou material enriquecido acima dos níveis permitidos por acordos internacionais — embora sem provas de que o país esteja construindo armas nucleares.
O presidente americano afirmou ainda que deseja que inspetores internacionais tenham acesso às instalações nucleares iranianas bombardeadas, como as de Natanz, Fordow e Isfahan, para verificar os danos e medir níveis de radiação. A AIEA tem pedido acesso desde o cessar-fogo, mas o governo iraniano tem resistido. Nesta sexta, o país suspendeu a cooperação com a agência e criticou seu diretor-geral, Rafael Grossi, chamando-o de “inconveniente” e “mal-intencionado”.
O impasse reacende as tensões no cenário internacional e levanta preocupações sobre uma nova escalada no Oriente Médio.