Nesta terça-feira (12), a Polícia Federal quebrou o sigilo telefônico do general Walter Souza Braga Netto, ex-ministro-chefe da Casa Civil do governo Jair Bolsonaro, no âmbito de uma operação que investiga a suspeita de corrupção na compra de coletes balísticos durante a intervenção federal no Rio de Janeiro em 2018.
A investigação se concentra em um contrato de compra no valor de R$ 40 milhões que foi efetuado sem licitação. O contrato foi assinado por Francisco de Assis Fernandes, então ordenador de despesas, e ratificado por Walter Braga Netto, que na época era interventor. No total, foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão em quatro estados brasileiros.
Os crimes sob investigação incluem patrocínio de contratação indevida, dispensa ilegal de licitação, corrupção ativa e passiva, além de organização criminosa, supostamente praticados por servidores públicos federais durante a contratação da empresa americana CTU Security LLC para a aquisição de 9.360 coletes balísticos com sobrepreço em 2018 pelo Gabinete de Intervenção Federal no Rio de Janeiro.
O inquérito teve início após autoridades americanas comunicarem um crime às autoridades brasileiras. O Tribunal de Contas da União (TCU) também enviou quatro documentos que indicavam indícios de conluio entre as empresas envolvidas e suspeitas de conhecimento prévio da intenção de compra dos coletes. Estimou-se um sobrepreço total potencial de R$ 4.640.159,40. Procurado, o ex-ministro Braga Netto não emitiu uma declaração oficial. Ex-assessores do Gabinete de Intervenção Federal afirmaram que os coletes não foram recebidos e que a licitação foi cancelada devido a irregularidades no processo.
Fonte: CNN Brasil