Quem esperava uma administração bem diferente da trágica antecessora, comandada por David Reis (Avante), se decepcionou. Com quase dez meses de gestão, o atual presidente da Câmara Municipal de Manaus (CMM) voltou a repetir os mesmos erros: promover um festival de dispensas de licitação e se fechar para a imprensa.
Logo no início da gestão o presidente chamou os principais veículos de comunicação e pactuou uma convivência pacífica. Chegou a contratar uma empresa, a MKT Promo, para fazer publicidade na mídia tradicional e nos portais de informação. Também tratou inicialmente os contratos firmados com empresas privados com transparência.
A partir de julho, entretanto, a coisa desandou. Cedendo a pressões dos mesmos vereadores que cercavam David Reis, Caio André se fechou para a mídia, começou a promover um festival de dispensas de licitação – modalidade em que a empresa é contratada sem concorrência, sob a justifica de que presta um serviço exclusivo.
A pressão dos vereadores para que o presidente destine mais recursos a eles tem foco na proximidade do ano eleitoral, quando todos tentarão a reeleição.
Ao contrário de David Reis, entretanto, Caio André não tem opositores, mesmo entre aqueles vereadores que não votaram nele. Amon Mandel (Cidadania), que infernizou a gestão anterior com denúncias, não está mais na Câmara e Rodrigo Guedes (Podemos), outro que conflitava com o antecessor, agora é aliado do presidente. Captão Carpê (Republicanos), outro que se alinhava aos opositores da direção anterior, também recolheu as armas.
A tendência é que agora, com a mídia insatisfeita, os erros da gestão de Caio André venham à tona com mais ênfase.