A prisão de Sophia Livas, a falsa médica que enganou uma cidade inteira, revelou uma teia de conexões políticas que vai muito além do que se imaginava. Apresentando-se como médica especializada em pediatria e obstetrícia, Sophia atuou por cerca de dois anos em Manaus, atendendo pacientes vulneráveis e fingindo ser sobrinha do prefeito David Almeida. A farsa foi desmascarada pela operação “Azoth”, mas as surpresas não pararam por aí.
Conexões Políticas Suspeitas
Investigações revelaram que Sophia Livas trabalhou como assessora parlamentar no gabinete do vereador Jaildo Oliveira, atualmente no PV, mas à época filiado ao PCdoB. Jaildo afirma que a indicação partiu do então presidente do PCdoB, Eron Bezerra. Por sua vez, Eron Bezerra alega que foi Jaildo quem conheceu Sophia na igreja adventista e a levou para trabalhar no gabinete. Além disso, há informações de que Sophia também teria atuado no gabinete da ex-senadora Vanessa Grazziotin.
Histórico de Controvérsias
Vanessa Grazziotin, ex-senadora pelo PCdoB do Amazonas, enfrentou diversas controvérsias ao longo de sua carreira política. Em 2019, foi denunciada pela Procuradoria-Geral da República por suposto crime eleitoral relacionado a doações ocultas da Odebrecht durante a campanha municipal de 2012. No entanto, em 2023, a Justiça Eleitoral rejeitou a denúncia por falta de provas suficientes. Além disso, em 2024, o Ministério Público Federal instaurou inquérito civil para apurar suposta fraude no gabinete de Vanessa, envolvendo o emprego de “funcionários fantasmas”.
A Teia de Relações
As conexões de Sophia Livas com figuras políticas de destaque no Amazonas levantam questões sobre como ela conseguiu se infiltrar tão profundamente na esfera pública. Sua atuação em gabinetes parlamentares e a falsa alegação de parentesco com o prefeito David Almeida indicam uma estratégia bem elaborada para ganhar credibilidade e acesso a espaços de poder.
Conclusão
O caso de Sophia Livas vai além de uma simples farsa médica; trata-se de uma história que expõe possíveis falhas nos mecanismos de controle e fiscalização dentro das instituições públicas. As investigações continuam, e a sociedade aguarda respostas sobre como uma pessoa sem formação médica conseguiu enganar não apenas pacientes, mas também se infiltrar em círculos políticos influentes.