A Ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, anunciou a implantação de novas medidas permanentes no território indígena Yanomami.
Segundo a ministra, um investimento de R$ 1,2 bilhão está previsto ainda para 2024, visando beneficiar os mais de 30,4 mil habitantes da região.
Dentre as iniciativas anunciadas, destaca-se a construção do primeiro hospital indígena em Boa Vista (RR), que oferecerá serviços de atenção especializada de média e alta complexidade.
Além disso, está prevista a construção e reforma de mais 22 unidades básicas de saúde indígena.
“Saímos do estado de ações emergenciais para ações permanentes a partir da instalação da Casa de Governo em Boa Vista (RR).
Serão 13 órgãos de governo que estarão presentes ali para acompanhar e garantir a implementação das ações necessárias pelo território”, disse Guajajara. Ela ratificou que a segurança local será realizada não só por militares das Forças Armadas, mas também com a presença da Polícia Federal e da Força Nacional.
De acordo com dados, citados pelas autoridades, houve um aumento de diagnósticos de doenças no ano de 2023 para esses indígenas, no Norte do Brasil, e um maior mapeamento de saúde, o que não existia na gestão anterior.
No ano passado, houve 363 mortos no território, número maior do que o que foi apresentado em 2022, no total de 343. Para os ministérios da Saúde e dos Povos Indígenas, isso ocorreu devido à subnotificação. As pastas também destacaram que são necessários mecanismos mais eficientes para ter exatidão da desassistência no local.
O secretário de Saúde Indígena do Ministério da Saúde, Weibe Tapeba, afirmou que a presença de garimpeiros na região é uma das principais responsáveis pela disseminação de doenças entre os indígenas.
“Essa presença gera contaminação dos rios, afasta a caça, altera os modos de vida do povo yanomami, inclusive de produção de alimentos. Gera malária, desnutrição e tem afetado as nossas ações de saúde”, afirmou o secretário durante entrevista coletiva, em Brasília.
Segundo os representantes da pasta, foi criado um centro de recuperação para crianças com desnutrição em Boa Vista e também no polo de Surucucu.
“Nós conseguimos crescer contratando mais médicos, chegamos ao número de 28 profissionais. E para o nosso programa de 2024, nós estamos prevendo ainda o recrutamento de mais profissionais médicos para atuar naquele território”, afirmou Tapeba.
O território não conta com procedimentos de média e de alta complexidade. “O cenário de desassistência era também pela ausência de insumos para hospitais e foram comprados 4,7 milhões de medicamentos”, disse o secretário de Saúde Indígena.
Ele acrescentou que o ministério pretende, ainda este ano, apresentar portaria para regulamentar a nova Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas.