O atual vice-presidente da República Hamilton Mourão (Republicanos) rejeitou assumir a entrega da faixa presidencial ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A especulação de que Mourão iria passar a faixa para Lula na cerimônia de posse no dia 1º de janeiro de 2023 veio após aliados próximos a Jair Bolsonaro (PL) afirmarem que o presidente não pretende estar presente no evento.
Em entrevista para o Valor Econômico, Hamilton Mourão disse que não irá realizar a entrega e que o ato pode ser realizado por “qualquer um”.
“Não adianta dizer que eu vou passar. Eu não sou o presidente. Eu não posso botar aquela faixa, tirar e entregar. Então, se é para dobrar, bonitinho, e entregar para o Lula, qualquer um pode ir ali e entregar”, afirmou Hamilton Mourão em entrevista.
Questionado se acha que Bolsonaro deveria entregar a faixa, Mourão disse que “seria um grande gesto”, e citou Winston Churcill para justificar a sua posição.
“Tem um aforismo dele que diz que, na guerra, você tem de ter determinação, na vitória tem que ser magnânimo e na derrota, tem que ser altivo e desafiador. Acho que seria um gesto de altivez e de desafio: ‘Toma aí, te vira agora aí, meu irmão. Te vejo em 2026’”, disse.
Ainda durante a entrevista, Mourão falou sobre as manifestações que pedem “intervenção militar”, comentando que “a política não pode estar dentro do quartel” e que a relação das Forças Armadas com o presidente eleito deve ser tranquila.
Hamilton Mourão (Republicanos) foi eleito senador pelo Rio Grande do Sul.
O novo chefe do Executivo passa a ocupar formalmente o cargo após fazer juramento à Constituição no Congresso Nacional. E o gesto de entrega da faixa não é imprescindível para que o presidente eleito tome posse.