O Plano Brasileiro de Inteligência Artificial, que foi solicitado pelo Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia no início do ano, foi entregue ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta terça-feira(30), em Brasília.
“O Brasil precisa aprender a voar”, afirmou Lula durante a entrega durante a abertura da 5a Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação. Ele também afirmou que o país não deve depender do desenvolvimento tecnológico de outros países.
O presidente afirmou que, em uma reunião após sua viagem ao Chile, o plano será apresentado aos ministros do governo na próxima semana. O governo decidirá o que será feito e como — por decreto ou projeto de lei, por exemplo — com base na análise do projeto.
¨O que vocês apresentaram não pode ficar numa gaveta. Na semana que vem já vou ter uma reunião com ministros para apresentar ao conjunto de ministros a nossa proposta de política de inteligência artificial que vocês nos entregaram. E a partir daí vamos tomar decisões para saber como é que a gente vai fazer essa coisa acontecer de fato e de direito nesse país¨, disse Lula.
Será discutido o formato institucional e jurídico, afirmou Luciana Santos, ministra da Ciência e Tecnologia.
A entrega ocorre depois que o chefe do executivo do Brasil se cobrou repetidamente por projetos de implementação de uma tecnologia própria de uso de Inteligência Artificial. Lula chegou a dizer que era necessário “criar vergonha” em junho.
O Plano apresentado pelo Conselho, composto por pesquisadores e líderes do setor produtivo, prevê investimentos de 23 bilhões de dólares em Inteligência Artificial até 2028 em cinco áreas: infraestrutura; formação; inovação empresarial; e apoio à regulação e governança da IA.
O montante mais alto, de R$ 13,79 bilhão, será destinado à Inovação Empresarial.
A intenção é persuadir o governo a incentivar o desenvolvimento de soluções de IA na indústria brasileira.
O governo propõe a implementação imediata de 54 ações práticas, organizadas em torno dos cinco eixos. O uso da Inteligência Artificial para desenvolver sistemas automatizados para gerenciar dados do Sistema Único de Saúde (SUS), medidas para combater fraude financeira e aprimoramento de sistemas de previsão de eventos climáticos para evitar catástrofes e monitorar a floresta amazônica são algumas das medidas práticas sugeridas.
Após uma interrupção de 14 anos, a 5a Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação está de volta a Brasília. O evento reúne entidades, pesquisadores e alunos que participaram de 200 conferências prévias ao longo dos últimos 12 meses e apresentaram ideias para o Plano.
Além disso, na conferência serão apresentadas propostas para a Nova Estratégia Nacional de Ciência e Tecnologia (ENCT). Essa estratégia deve servir como guia para o Brasil nos próximos dez anos em termos de CT&I.