Desde a última quinta-feira (13) o meio político amazonense entrou em ebulição, depois que o senador Eduardo Braga (MDB), em atitude inusitada, desistiu da ação que movia na Justiça Eleitoral contra o governador Wilson Lima (União Brasil) por conta de possíveis irregularidades registradas na eleição do ano passado. A desistência ocorreu justamente no momento em que o processo subiu para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), aonde senadores costumam ter grande influência.
A ação é a que denuncia a utilização da Segurança Pública na campanha. No Tribunal Regional Eleitoral (TRE-AM) ela foi rejeitada por quatro votos a dois. A expectativa é que a votação na corte superior fosse diferente. Mas Braga preferiu recuar e comunicou a desistência à Justiça.
Imediatamente começaram as especulações de que o senador e o governador teriam finalmente entrado em acordo. E várias versões começaram a circular nos bastidores. Braga recolheu-se, Lima também. Os dois estão fora de Manaus e evitaram aparições públicas e entrevistas nos últimos dias. Nenhum deles se manifestou oficialmente.
O Barelândia ouviu interlocutores de ambos. Na seara de Braga assessores negaram o acordo e atribuíram a desistência a uma estratégia jurídica por entender que outras ações ainda em curso na corte regional teriam provas mais robustas. Entre os interlocutores do governador ninguém se arriscou a cravar uma versão.
Braga e Lima devem disputar as duas cadeiras que estarão em jogo no Senado em 2026, mas antes apoiarão candidatos à Prefeitura de Manaus e é possível que ambos estejam no palanque do atual prefeito, David Almeida (Avante). A reeleição deste e a ascensão do vice-governador Tadeu de Souza (Avante) à titularidade poderiam tornar a vida dos dois muito mais confortável.
Mas a pergunta persiste, sem resposta oficial: o que levou Braga a desistir da ação?