A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou nesta quinta-feira (12/6) que o Instituto Butantan ainda precisa apresentar dados complementares para obter a autorização para testes clínicos em humanos de uma vacina contra a gripe aviária.
O imunizante, desenvolvido com base no vírus influenza A (H5N8), faz parte da estratégia do instituto para antecipar uma possível mutação que permita a transmissão entre humanos — cenário que preocupa especialistas e autoridades de saúde ao redor do mundo.
A documentação inicial foi enviada à Anvisa em agosto de 2024. Em outubro e novembro, o Butantan apresentou informações adicionais, mas a agência realizou novas exigências técnicas em três ocasiões: 25 de novembro, 31 de janeiro e 26 de maio. O instituto está atualmente reunindo os dados solicitados.
Segundo a Anvisa, o processo de diálogo técnico entre as instituições é comum em avaliações desse tipo e visa garantir segurança e eficácia antes da liberação para testes em voluntários.
A vacina utiliza fragmentos inativados do vírus H5N8, combinados a um adjuvante — substância que reforça a resposta imunológica do organismo — com o objetivo de ampliar a proteção oferecida.
A gripe aviária, também chamada de influenza aviária, é uma infecção viral altamente contagiosa entre aves silvestres e domésticas. Embora o risco de transmissão para humanos seja baixo, casos já foram registrados em pessoas com contato direto com aves infectadas. Entre os sintomas observados nos animais estão espirros, secreções, dificuldade respiratória, diarreia, torcicolo e alta taxa de mortalidade.
Suspeitas da doença devem ser notificadas imediatamente às secretarias de agricultura por meio da Inspetoria de Defesa Agropecuária, principalmente quando houver sinais respiratórios, neurológicos ou mortes súbitas em aves.