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sexta-feira, maio 30, 2025
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SUS amplia tratamento para dermatite atópica com novos medicamentos

O Sistema Único de Saúde (SUS) passará a ofertar, de forma integral, novos tratamentos para a dermatite atópica — doença inflamatória crônica que provoca coceira intensa e lesões na pele. O anúncio foi feito pelo Ministério da Saúde nesta terça-feira (28), com a publicação de três portarias que oficializam a inclusão de três medicamentos ao protocolo do SUS: duas pomadas (tacrolimo e furoato de mometasona) e um imunossupressor oral (metotrexato).

A medida atende a uma recomendação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) e amplia o acesso a terapias para pacientes que não apresentam resposta satisfatória aos corticoides já disponíveis ou que possuem contraindicações ao seu uso.

A dermatite atópica é uma das formas mais comuns de eczema e pode se manifestar já nos primeiros anos de vida. Os sintomas — como coceira, ressecamento e inflamações — atingem principalmente pescoço, cotovelos, joelhos e rosto. Estimativas da Sociedade Brasileira de Dermatologia apontam que até 25% das crianças e 7% dos adultos brasileiros convivem com a doença.

Os novos tratamentos abrangem desde quadros leves até os mais graves. O tacrolimo, em concentrações de 0,03% e 0,1%, é indicado para áreas sensíveis da pele e para pacientes com reações adversas a corticoides. Já o furoato de mometasona é eficaz em casos moderados e leves, especialmente em crianças. O metotrexato, por sua vez, será uma alternativa oral para casos mais severos, podendo substituir a ciclosporina, utilizada atualmente na rede pública.

Além dos efeitos físicos, a dermatite atópica impacta o bem-estar psicológico dos pacientes, principalmente de crianças e adolescentes. “Muitas vezes, as lesões visíveis na pele resultam em estigmas sociais, afetando a autoestima e a integração escolar ou social”, ressaltou Fernanda De Negri, secretária de Ciência, Tecnologia e Inovação e do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (SECTICS).

De 2024 a 2025, o SUS registrou mais de 500 mil atendimentos ambulatoriais relacionados à dermatite atópica. O tratamento inclui consultas, exames, prescrição medicamentosa e acompanhamento contínuo, conforme a gravidade do quadro.

Para ter acesso aos novos medicamentos, os pacientes devem procurar uma Unidade Básica de Saúde (UBS), onde serão avaliados por um profissional e, se necessário, encaminhados a um dermatologista.

O dermatologista Marco Antonio Boaventura, da Clínica Fares (SP), destaca que a doença não tem cura, mas pode ser controlada. “Fatores como poluição, produtos químicos e clima seco podem agravar os sintomas. Medidas simples como evitar banhos quentes, usar hidratantes específicos e manter as unhas cortadas ajudam a aliviar o desconforto”, explica.

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