A Meta voltou a postergar o lançamento de seu modelo mais poderoso de inteligência artificial, apelidado de Behemoth. Parte da recém-lançada família Llama 4, o sistema era inicialmente previsto como destaque da conferência inaugural de IA da empresa, realizada em abril. Após um primeiro adiamento para junho, fontes ouvidas pelo Wall Street Journal apontam que o modelo só deve ser apresentado no outono do hemisfério norte — entre setembro e dezembro — ou até mais tarde.
Segundo a reportagem, o motivo do atraso é o desempenho aquém do esperado. Internamente, o Behemoth tem enfrentado dificuldades técnicas e de treinamento, frustrando os engenheiros e preocupando a cúpula da companhia. A Meta chegou a afirmar que o modelo superaria tecnologias concorrentes da OpenAI, Google e Anthropic, mas ainda não conseguiu cumprir essas promessas. A empresa também foi alvo de críticas por suposta manipulação de benchmarks divulgados durante o anúncio da Llama 4.
O episódio reforça uma crescente desconfiança no setor de IA em relação à estratégia de escalar modelos indefinidamente. Por anos, as big techs apostaram que mais dados e mais parâmetros resultariam automaticamente em maior inteligência e eficiência. No entanto, os recentes desafios técnicos enfrentados por gigantes como a Meta e a OpenAI — que também adiou o lançamento do aguardado GPT-5 — indicam que a abordagem pode ter atingido um ponto de retorno decrescente.
A frustração com os resultados internos já estaria levando a Meta a reavaliar a gestão de seus projetos de inteligência artificial, segundo a imprensa norte-americana.