A NASA alcançou um marco extraordinário na exploração espacial ao reativar os propulsores principais da sonda Voyager 1, após mais de duas décadas sem uso. A espaçonave, que se encontra a cerca de 25 bilhões de quilômetros da Terra — já além dos limites do Sistema Solar —, respondeu com sucesso aos comandos enviados da Terra, em uma operação que surpreendeu até mesmo os engenheiros da missão.
Lançada em 5 de setembro de 1977, a Voyager 1 foi inicialmente projetada para estudar os planetas Júpiter e Saturno. Com a missão cumprida, a sonda continuou sua trajetória rumo ao espaço interestelar. Ao lado da Voyager 2, é hoje o objeto mais distante já construído pela humanidade.
Os propulsores principais foram desligados em 2004, quando apresentaram falhas em seus aquecedores internos. Desde então, a nave vinha utilizando propulsores de reserva para realizar pequenos ajustes de orientação, essenciais para manter a antena apontada para a Terra e garantir a comunicação. No entanto, após quase 20 anos de uso, os sistemas alternativos começaram a mostrar sinais de desgaste.
Diante do risco de perder o controle da orientação da sonda, a equipe técnica decidiu tentar uma manobra considerada arriscada: religar os antigos propulsores. Contra todas as expectativas, a tentativa foi bem-sucedida.
A Voyager 1 já teve vários de seus sistemas desligados ao longo dos anos, incluindo as câmeras que captaram a célebre imagem do “pálido ponto azul”, mostrando a Terra a partir dos confins do Sistema Solar. Mesmo assim, a sonda continua operando e enviando dados valiosos, consolidando-se como um símbolo da durabilidade e da engenhosidade da tecnologia espacial.