O relatório final do Conselho Nacional de Justiça no âmbito da ADPF nº 635, denominada como ADPF das Favelas, apontou que o Comando Vermelho expandiu sua atuação territorial no Rio de Janeiro após a decisão do Supremo Tribunal Federal que proibiu operações em favelas, em 2020. O documento foi enviado ao STF na última segunda-feira (9).
A ADPF nº 635 proibiu operações em favelas durante o período da pandemia, entre 2021 e 2022, e, após o fim da situação de emergência sanitária, permite apenas operações que sejam comunicadas previamente ao Ministério Público do Rio de Janeiro.
O relatório do Conselho Nacional de Justiça foi elaborado por um grupo de trabalho que acompanhou de perto a segurança pública do Rio de Janeiro, com a análise de dados e imersão no dia a dia das polícias e do sistema judiciário fluminense.
De acordo com o documento, “após a implementação da ADPF 635, que impôs restrições à atuação policial, houve aumento significativo nos confrontos territoriais.”
“Ficou evidente que o Comando Vermelho, a maior organização criminosa do Rio de Janeiro, está expandindo suas operações e buscando maximizar seus domínios territoriais”, diz o documento.
O CNJ apontou que, a partir de 2021, o CV passou a disputar territórios, principalmente, na zona oeste do Rio, região historicamente controlada pelas milícias.
Ainda segundo o texto, o Comando Vermelho fez investidas para retomar territórios antigos que estavam sob domínio da facção Terceiro Comando Puro (TCP). Entre os quais, estão favelas no Centro do Rio, como o Complexo de São Carlos e o Complexo do Fallet-Fogueteiro-Turano.
Fonte : Coluna Guilherme Amado (Metrópoles)