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Vereadores do RS são investigados por suspeita de desviar doações

Em Palmares do Sul, no litoral norte do estado do Rio Grande do Sul, três vereadores e um secretário municipal são acusados de desviar doações para as vítimas da catástrofe ambiental que atingiu mais de 2,3 milhões de pessoas em 476 das 497 cidades gaúchas desde o final de abril.

Neste domingo (9), foi anunciado pelo presidente da Câmara Municipal, Sérgio Gil (PDT), que os vereadores Filipe Lang (PT), Manoel Antunes (PL) e Polon de Oliveira (União Brasil), bem como o secretário municipal de Administração, Rodrigo Machado Martins, estão entre os indivíduos investigados na Operação Desvio.

Com a ajuda da Polícia Civil, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e do Ministério Público Estadual (MP-RS), esta semana, duas fases da operação foram iniciadas. Na terça-feira (4), quatro mandados de busca e apreensão foram cumpridos contra Antunes, sua companheira e Martins.

Os agentes públicos apreenderam itens doados por entidades de outras áreas da Federação e que estavam em posse dos investigados na ocasião, além de documentos e mídia eletrônica que podem sustentar as investigações.

Os promotores do Gaeco e a polícia civil cumpriram onze mandados adicionais de busca e apreensão no sábado (8). Dois deles foram concluídos em locais conectados a Lang e Polon. O primeiro, que era pré-candidato a prefeito, foi preso por posse de arma de fogo irregular, mas foi liberado após pagar fiança. Por outro lado, Polon é pré-candidato a vice-prefeito na chapa encabeçada por Lang.

Embora as investigações ainda estejam no início, o MP-RS informou que as denúncias de apropriação indébita, peculato e associação criminosa “já estão sendo apuradas e comprovadas”. “Elas apontam que os investigados se aproveitaram dos cargos que ocupam para desviar donativos e oferecê-los em troca de [futuros] votos em ao menos um dos três suspeitos”, sustenta o MP-RS, em nota, sem citar nomes.

“Tudo indica que foi uma doação para um pré-candidato [que concorrerá à prefeitura] no próximo pleito municipal [deste ano]. E já temos provas de que parte destes donativos foi encaminhada para famílias não flageladas, conforme planilhas apreendidas”, disse o promotor Mauro Rockenbach, sustentando que os donativos vindos de outras regiões do país não passaram oficialmente pela prefeitura.

Também em nota, a Polícia Civil informou que, durante a ação de sábado (8), apreendeu “uma grande quantidade de donativos que seriam distribuídos de forma equivocada”, além de uma grande quantia em dinheiro, telefones celulares, documentos, um revólver sem registro e munições.

“Já pedimos informações ao Ministério Público e estamos esperando pela resposta dos promotores para podermos começar a apurar os fatos. Se necessário, vamos oficializar este pedido amanhã [10] para podemos analisar as informações já disponíveis e verificar as medidas que devemos adotar”, declarou o presidente da Câmara Municipal, Sérgio Gil, à Agência Brasil, garantindo que ainda não conversou com Lang e Polon.

“Nas redes sociais, eles têm dito que são inocentes. Por isso mesmo, temos que tomar ciência dos fatos. Provavelmente, algum pedido de cassação de mandato vai ser apresentado. Algum partido vai representar contra eles – até porque eles são pré-candidatos, mas nada disso é objeto de ação imediata, há um trâmite legal, demorado”, acrescentou Gil afirmando que Lang e Polon vinham denunciando a atual administração municipal de desviar recursos públicos.

Na terça-feira, horas após a primeira fase da Operação Desvio ter sido deflagrada, Filipe Lang divulgou um vídeo em que confirma que foi intimado a prestar informações ao MP.

“Hoje [terça-feira], o Gaeco e a Polícia Civil fizeram uma operação [devido à] suspeita de desvio de cestas de alimentos [doados à população de] Palmares do Sul”, disse Lang. O vereador acrescentou que o MP manteve contato com ele para saber sobre um vídeo que divulgou no início deste mês.

“O MP também me chamou para obter esclarecimentos sobre um vídeo que eu divulguei no sábado [1º], sobre uma articulação política que eu fiz, destinando 18 toneladas de donativos para o distrito do Quintão. Questionaram porque eu não destinei à prefeitura, mas sim a um grupo de voluntários do distrito. Respondi que não o fiz pelo mesmo fato [do MP-RS e a Polícia Civil] estarem fazendo [a operação, cumprindo] os quatro mandados de busca e apreensão contra diversas pessoas ligadas à prefeitura municipal”, comentou o parlamentar, afirmando ser alvo de ataques políticos em um ano eleitoral.

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