Uma suposta prática de compra de informações do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) por parte da Associação dos Aposentados Mutualistas para Benefícios Coletivos (Ambec) revirou São Paulo. A associação, que registrou um dos maiores aumentos de arrecadação com contribuições de aposentadorias no último ano, é acusada de inscrever aposentados sem o seu consentimento e realizar cobranças mensais diretamente em suas folhas de pagamento.
De acordo com informações apuradas, a Ambec teria realizado essas ações em conjunto com um grupo de seguradoras, com o intuito de fraudar aposentados. O esquema, que envolveu uma série de entidades habilitadas pelo INSS, arrecadou mais de R$ 2 bilhões em um ano, acumulando mais de 60 mil ações judiciais.
O faturamento mensal da Ambec saltou de R$ 1,8 milhão para impressionantes R$ 30 milhões em apenas um ano, um aumento de 1.500%. A associação, que contava com 38 mil membros em janeiro de 2023, viu esse número disparar para 650 mil aposentados em janeiro de 2024.
As práticas ilegais incluíam a realização de filiações sem a permissão dos segurados, o que resultou em 4,7 mil processos judiciais e diversas condenações. O esquema teria sido viabilizado por meio de um acordo de “cooperação técnica” com o INSS, que autorizava o desconto de R$ 45 nas aposentadorias dos beneficiários em troca de serviços de assistência.
O Ministro da Previdência, Carlos Lupi (PDT), condenou veementemente essas práticas, classificando como abusivas e fraudulentas. Ele assegurou que o governo tomará medidas severas para interromper esses descontos diretos nos pagamentos dos aposentados por entidades parceiras do INSS.
As autoridades competentes estão empenhadas em investigar a fundo essas denúncias e responsabilizar os envolvidos por seus atos criminosos.