A imagem comovente de um pescador indígena a caminhar sozinho no leito pedregoso do rio Solimões, tirada durante a seca extrema que atingiu a Amazônia no ano passado, comoveu o júri e o fotógrafo brasileiro Lalo de Almeida foi premiado com o mais prestigiado e cobiçado prêmio do jornalismo mundial, o World Press Photo na categoria Foto Única/América do Sul.
“Esta foto trata de dois temas aos quais venho me dedicando nos últimos anos: Amazônia e mudanças climáticas”, contou Lalo à Folha de SP, jornal para o qual realizou este e os demais trabalhos premiados.
“A imagem foi realizada durante a seca extrema que atingiu a bacia amazônica em 2023 e mostra um pescador indígena caminhando pelo leito seco de um braço do rio Amazonas (ou Solimões, aqui no Brasil), em frente à comunidade tradicional de Porto Praia, próximo à Tefé, no Amazonas”.
O fotógrafo ficou impressionado com a paisagem que encontrou, pois conhecia a zona e as comunidades indígenas e já as tinha visitado noutras ocasiões. “O trajeto sempre foi feito de barco. Desta vez, tivemos de caminhar até as comunidades por meio de uma trilha pelo leito seco”.
“Vi que a comunidade estava olhando para o vazio. O trabalho mostra o impacto da crise climática nas paisagens e nas populações, que com o rio seco, têm sua vida inviabilizada. Os ciclos estão se quebrando com as mudanças climáticas”, destaca.