A prisão dos influenciadores digitais Laís Oliveira e Eduardo Veloso, em 4 de dezembro de 2024, em Fortaleza, expôs um esquema de lavagem de dinheiro que vinha sendo realizado através de jogos de azar online, como o conhecido “Jogo do Tigrinho”. O casal, com milhões de seguidores no Instagram, foi detido pela Polícia Militar do Ceará (PMCE) em cumprimento a um mandado emitido pelo Tribunal de Justiça de Alagoas, que investiga uma organização criminosa de grande porte.
O casal foi detido enquanto desfrutava de férias em Fortaleza, um dos principais destinos turísticos do Brasil, durante uma operação coordenada pelo departamento de inteligência da PMCE, que monitorou suas ações recentes nas redes sociais. A prisão foi efetuada sem incidentes, e Laís e Eduardo foram conduzidos à prisão imediatamente após a confirmação do mandado de prisão.
O “Jogo do Tigrinho” se tornou popular nos últimos anos, principalmente devido à sua divulgação em plataformas digitais. O jogo, que é totalmente ilegal no Brasil, também envolve outras pessoas, indicando que a operação era conduzida em grande escala.
Estudos recentes indicam que o Brasil perde bilhões de reais anualmente em arrecadações tributárias devido às operações ilegais de jogos de azar online. O “Jogo do Tigrinho” é um dos principais alvos das autoridades, já que sua promoção por influenciadores amplifica o alcance e atrai um público mais jovem e vulnerável. Especialistas apontam que, além das perdas econômicas, esses jogos contribuem para o endividamento de indivíduos, criando problemas sociais profundos.
O caso de Laís Oliveira e Eduardo Veloso não é única. Diversas operações similares vêm sendo conduzidas em todo o país, com o objetivo de prender influenciadores digitais e outros indivíduos que usam sua influência para promover atividades ilícitas. Além disso, em novembro do mesmo ano, a Operação 777 desmantelou um esquema ainda mais amplo, que envolvia várias famílias e influenciadores.
A prisão de Laís Oliveira e Eduardo Veloso causou grande impacto nas redes sociais, dividindo os admiradores do casal entre manifestações de apoio e críticas severas. Alguns manifestaram indignação ao perceber que influenciadores que admiravam estavam envolvidos em atividades ilegais, enquanto outros afirmaram acreditar na inocência do casal.
Os comentários mais comuns nas redes sociais enfatizam a responsabilidade dos influenciadores digitais sobre o conteúdo que divulgam. Alguns usuários sugeriram que Laís e Eduardo usaram sua posição de destaque para ludibriar seus seguidores, enquanto outros solicitaram mais controle sobre os contratos de publicidade e promoção realizados por esses profissionais.
A crescente influência dos criadores de conteúdo digital no Brasil transformou essas figuras públicas em potenciais alvos de investigações policiais. Nos últimos anos, houve um aumento significativo no número de influenciadores que utilizam suas plataformas para promover atividades questionáveis, incluindo esquemas de pirâmides financeiras e jogos de azar ilegais.
Especialistas afirmam que a falta de regulamentação clara sobre a publicidade online contribui para esses problemas. Apesar de existirem leis que proíbem a exploração de jogos de azar no Brasil, a promoção desses serviços em plataformas digitais nem sempre é tratada com o mesmo rigor. Essa brecha legal tem sido explorada por organizações criminosas, que veem nos influenciadores digitais uma forma eficaz de alcançar um público amplo e diversificado.
A prisão de Laís Oliveira e Eduardo Veloso faz parte de uma série de operações realizadas por forças policiais em todo o Brasil. Nos últimos 12 meses, diversas ações coordenadas resultaram na prisão de dezenas de indivíduos envolvidos em esquemas semelhantes. O foco das autoridades tem sido identificar não apenas os operadores diretos dos jogos, mas também as redes de apoio que permitem sua promoção e funcionamento.
O uso de tecnologias avançadas para rastreamento e monitoramento de atividades suspeitas tem sido essencial para o sucesso dessas operações. Ferramentas de inteligência artificial, análise de dados e cooperação entre diferentes órgãos policiais têm permitido uma resposta mais eficaz às práticas criminosas digitais.
A legislação brasileira sobre jogos de azar é uma das mais rígidas do mundo. Desde 1946, a exploração dessas atividades é proibida, com exceção de loterias autorizadas e jogos operados por instituições oficiais. No entanto, a ascensão dos jogos online criou um desafio para as autoridades, que enfrentam dificuldades em aplicar as leis a atividades realizadas em plataformas digitais.
Além disso, há um debate crescente sobre a regulamentação dos jogos de azar online. Alguns especialistas defendem que a legalização e tributação dessas atividades poderiam gerar bilhões de reais em receita para o país, enquanto outros alertam para os riscos sociais e econômicos associados à prática.
Fonte: Mix Vale