O CICV informou na rede social X que o bombardeio “provocou uma afluência massiva de vítimas ao hospital de campanha da Cruz Vermelha”, com “22 mortos e 45 feridos”.
O Ministério da Saúde de Gaza, território administrado pelo Hamas e em guerra com Israel, disse que 25 pessoas morreram e 50 ficaram feridas. Eles acusaram Israel de “atacado as tendas dos civis deslocados em Al-Mawasi”.
Um porta-voz do Exército israelense disse à AFP que “uma investigação inicial sugere que não há indícios de que o IDF [Exército israelense] tenha realizado um ataque na zona humanitária de Al-Mawasi”. “O incidente está sendo investigado”, acrescentou.
“Disparar tão perigosamente perto de estruturas humanitárias, cuja localização é de conhecimento das partes no conflito, que estão claramente marcadas com o emblema da Cruz Vermelha, coloca em perigo a vida dos civis e dos funcionários”, criticou o CICV.
Segundo testemunhas, as forças israelenses intensificaram seus bombardeios no território palestino nesta sexta-feira. Eles também relataram ataques no centro do país e em Rafah, ao sul.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou que mais de um milhão das 1,4 milhão de pessoas que habitavam Rafah fugiram, em sua maioria deslocadas pela guerra, desde o início da operação terrestre israelense na cidade em 7 de maio.
Em 17 de maio, 750 pessoas ainda estavam no centro da cidade de Rafah, e entre 60 mil e 75 mil pessoas estavam na área de Al Mawasi, a 10 km da fronteira com o Egito.
A ONU alerta que a situação em Gaza é crítica após mais de oito meses de conflito e que a população está à beira da fome.
Um responsável da OMS para os territórios palestinos ocupados, Richard Peeperkorn, afirmou nesta sexta-feira que a ajuda humanitária chega a conta-gotas e a “pausa” diária anunciada pelo Exército israelense em suas operações no sul não tem “nenhum impacto” no encaminhamento de alimentos.
A guerra começou em 7 de outubro, com 1.194 mortes de civis e sequestros de 251 no sul de Israel por terroristas do Hamas, segundo um levantamento baseado em dados oficiais israelenses. As estimativas do Exército israelense indicam que 116 pessoas ainda estão em cativeiro em Gaza.
Em resposta, Israel iniciou uma ofensiva que já resultou em pelo menos 37.431 vítimas, a maioria delas civis, segundo o Ministério da Saúde do Hamas.